Embora
seja o Estado mais novo da Federação, Tocantins enfrenta problemas no sistema
carcerário semelhantes aos de estados mais antigos. Em inspeções promovidas
pelo Mutirão do CNJ em 16 unidades prisionais, a equipe deparou-se com
infraestrutura precária e insalubre.
Após
percorrer três mil quilômetros dentro do Estado, o juiz coordenador dos
trabalhos, Carlos Ritzmann, constatou que falta higiene e sobra insegurança nas
casas prisionais tocantinenses.
As
mulheres presas enfrentam situação ainda pior. Há apenas uma unidade penal e
três cadeias públicas exclusivas para detentas. Em outras unidades, homens e
mulheres convivem no aguardo de julgamento ou do término de suas penas. Em
Augustinópolis a equipe do Mutirão libertou um adolescente que dividia o
cárcere havia seis meses com presos maiores de 18 anos, o que contraria a lei.
Entre os detentos do regime fechado, o maior problema foi a falta de presídio
especifico para essa população.
A única unidade, a Barra da Grota de
Araguaína, mesmo reativada após a rebelião ocorrida em dezembro de 2009, ainda passa
por momentos difíceis.
Além
da estrutura deficiente, o descontrole do Estado quanto ao número de presos que
cumprem pena nas unidades tocantinenses ficou evidenciado pela força-tarefa. A
diferença entre a população carcerária apurada pelo Mutirão (1.971) e a quantidade
de presos informada inicialmente pelo governo estadual (636) é de 1.335 pessoas
– sendo que os nomes de 340 detentos com processos no Judiciário não foram
encontrados na listagem da Secretaria de Segurança Pública.
Diante
da desordem, a equipe do Mutirão fez uma série de recomendações ao Estado, para
melhorar a condição dos presos e garantir o cumprimento da Lei de Execução
Penal. Ao Poder Judiciário, a sugestão é de que haja um acompanhamento efetivo
do cumprimento das penas. O sistema informatizado do Tribunal de Justiça de
Tocantins (TJTO) deveria fornecer atestados de pena a cumprir, mas não o faz
com regularidade.
O
documento é emitido uma vez por ano, com base em cálculo feito manualmente, em
pleno século XXI.
http://www.cnj.jus.br/images/pesquisas-judiciarias/Publicacoes/mutirao_carcerario.pdf
http://www.cnj.jus.br/images/pesquisas-judiciarias/Publicacoes/mutirao_carcerario.pdf
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